quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O FAMOSO JEITINHO BRASILEIRO...

Para autores e estrangeiros, o jeitinho é uma ferramenta que pode ser usada a favor da criatividade e informalidade

Ter receptividade com estranhos, pensar em novas soluções para todos os tipos de problemas e até ceder um lugar na fila, por exemplo, formam o lado bom - original e ainda não compreendido - do jeitinho brasileiro. A declaração é de Fernanda Carlos Borges, autora do livro "A Filosofia do Jeito" (Summus Editorial), que reconhece no famoso “jeitinho” uma resistência brasileira aos valores da impessoalidade e formalidade. “Enquanto o mundo trata com indivíduos, o Brasil escolheu tratar com pessoas”, avalia a filósofa.
Getty Images
O bom jeitinho brasileiro: criatividade, informalidade e novas soluções

Enquanto o mundo trata com indivíduos, o Brasil escolheu tratar com pessoas
No lugar-comum, o jeitinho está ligado ao ato de se levar vantagem em tudo e, por conseguinte, associado à corrupção. Mas, segundo Fernanda, por outro lado, com ele os brasileiros mantêm viva a possibilidade de ir além da norma e assim são capazes de encontrar soluções novas para situações imprevistas. “Percebemos que essa é uma capacidade de manter a razão, o pensamento e a criatividade vivos, atuantes”, explicou em entrevista ao Delas. Tais características do jeitinho deveriam ser reconhecidas, educadas e estimuladas.
O lado positivo do jeitinho foi explorado pela antropóloga Lívia Barbosa em "O Jeitinho Brasileiro" (Ed. Campus). Para a autora, ele surgiu como uma nova identidade cultural no País, a partir de 1930, e só apareceria nos meios de comunicação mais de dez anos depois. E foi resumido assim: “Pois nada é mais importante para a sociedade brasileira moderna, individualista, industrial, do que temperar toda a impessoalidade do mundo político, econômico e empresarial com uma boa dose de intimidade.”
Para Fernanda Borges, com a massiva presença de estrangeiros no Brasil, a Copa do Mundo surge como uma oportunidade de exportação do melhor aspecto dos brasileiros e o seu jeito. E a experiência da jornalista portuguesa Alexandra Padro Coelho confirma isso. Após 18 dias viajando entre os Estados de São Paulo, Mato Grosso e Pará, Alexandra e os colegas do sitePúblico viram seus problemas resolvidos após ouvirem de brasileiros a frase mágica: “Daremos um jeitinho, espera aí”.“Brasileiros dão jeitinho, coisas acontecem”

http://delas.ig.com.br/

Um comentário:

  1. Essa é a famosa "lei de Gerson", a mais praticada neste país, mais para mal do que para o bem.

    ResponderExcluir