sexta-feira, 15 de julho de 2011

COMER BEM É COMER SEM CULPA

Há pessoas que pensam que, para comer bem, é necessário buscar a perfeição. Quando ingerem alimentos que receberam o rótulo de “proibidos”, é comum que elas se sintam culpadas, arrependidas e percam a vontade de manter uma dieta saudável. Passamos a viver um dilema alimentar: tentamos a todo custo saber o que faze bem e o que faz mal para saúde e queremos seguir as recomendações. Mas, quando está friozinho, queremos comer pipoca com manteiga e tomar chocolate quente (e que se dane a linhaça!). E depois vem a culpa e a tentativa de retomar uma nova dieta ou um ano de promessa sem chocolates…
Estamos ignorando dimensões muito importantes da nutrição: a cultural e a coletiva. Nós escolhemos comer determinada comida porque ela é gostosa, tem significado simbólico, remete a lembranças, expressa a cultura a que pertencemos, envolve nossas emoções, socializa. Dá pra imaginar um aniversário sem bolo? Ou aliviar a tristeza com alface? Ou ainda ganhar uma deliciosa caixa de farelo de aveia no Dia dos Namorados?
Ter uma alimentação saudável envolve encontrar o equilíbrio entre o que dá prazer e o que é necessário para manter o bom funcionamento do corpo. É comer quando se está com fome e parar de comer quando satisfeito. É saborear comidas gostosas e também incluir comidas não tão gostosas, mas que fazem bem a você. É exagerar eventualmente, mas também comer um pouco menos em alguns momentos, desejando ter comido mais. Comer bem é ser flexível, aprender a comer frutas, vegetais e cereais integrais e também a apreciar eventuais doces e frituras sem culpa.
Fernanda Pisciolaro é Nutricionista e colaboradora da Revista Época
Matéria extraída de Época/Junho/2011

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