A cada ano surgem novas modalidades de atividade física. No Brasil, são
mais de 30 mil academias segundo o relatório IHRSA Global Report 2015,
da International Healht, Racquet & Sportsclub Association. No
entanto, entre 3% e 5% dos brasileiros frequentam uma e, segundo o
Diagnóstico Nacional do Esporte: Diesporte, divulgado este ano pelo
Ministério do Esporte, 45,6% dos brasileiros e brasileiras entre 14 e 75
anos são sedentários. As mulheres mais, com 50,4%, e os homens um pouco
menos, com a taxa de 41,2%.
Professor do Centro Desportivo da
Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Albená Nunes da Silva
ressalta que a preocupação com o sedentarismo não está restrita ao
Brasil. Nos Estados Unidos, 14% da população pratica atividade física
regularmente, na Europa a taxa é de 10%. A população mundial está cada
vez mais sedentária de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
“As pessoas pararam de realizar atividade física informal, como caminhar
até o trabalho ou até à escola. As pessoas se movimentam muito pouco
com a facilidade proporcionada pela tecnologia”, diz.
Mudar
esse cenário não é das tarefas mais simples, mas a discussão sobre o
incentivo à prática de esporte e atividade física - desde a infância até
a terceira idade - é uma questão de saúde pública. “Várias entidades
mundiais começaram uma campanha para tentar fazer com que as crianças se
movimentem mais. A próxima geração será a primeira a viver menos que a
geração anterior”, alerta Albená. O educador físico cita, por exemplo, a
‘Designe To Move’ (em tradução livre, desenhando o movimento) que se propõe a acabar com o sedentarismo na infância.
Mudar hábitos é um
grande desafio. Por isso, é importante ressaltar que o hábito da
prática de esportes e exercícios físico é formado até os 10 anos. Assim,
o papel da escola é fundamental nesse contexto de prevenção ao
sedentarismo. As crianças têm que formar bons hábitos e gosto por se
exercitar, mas o que acontece na prática – apesar de existirem boas
propostas em algumas escolas – é a disciplina de educação física
oferecer um esporte por ano. Se a criança não se identifica, ela não vai
adotar a prática porque não vai enxergá-la como algo prazeroso e,
assim, pode crescer um adulto sedentário”, reflete.
O assunto é complexo, entretanto deve-se pensar hoje o que se quer no amanhã. Se não se conseguir reverter o quadro do sedentarismo no mundo, pode estar surgindo uma nova geração que viverá menos tempo que a atual...
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